terça-feira, 26 de julho de 2011

Desventuras

Eu vou embora sozinho
E o canto do passarinho
Mostrar-me-á o caminho
De onde encontrarei carinho

Você não quis acreditar
Mas eu era apenas um cavaleiro
Não olhava das janelas
Mirava aquilo que ninguém mais vê

Vi as noites vivarem dias
E os dias, vivi nas noites
Escuras com uma clareza divinal
Mas com um breu infernal

Animei-me com as flores da primavera
E não vi os frutos do verão
E nem sei quais as frases que bastam
Nem as que causam ilusão

Perdi o medo
-Senti receio
E mesmo assim sigo como um louco

Ninguém viu o segredo da vida
Que não tem felicidade aquele que ama
Apenas chora sozinho
No mesmo lugar

E sonha,
E morre,
E nada faz,
-No mesmo lugar!

                                               Nepomuceno Alves
                                   Livramento, 26-jul-11

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