Já viste um gaúcho chorar?
- Não!
Pois olhe meus olhos e verás
Olhe minhas lágrimas e saberás
O quanto tenho chorado
E também o que a muito aguardo
Dos teus olhos e sorrisos
No espelho da alma grande
Ou nas margens da sanga corrente
Tenho o desejo mais ardente do coração
De um índio que no alvoroço da juventude
Soube amar na quietude e na solidão
Mas o amor a lo largo me escapou
Como se fosse a ruína da tapera
Que longe e bela
Faz sombra num sinamomo posteiro
Onde até mesmo este índio guerreiro
Não soube descansar seus arreios
Mas hay de ser apenas um sonho ou pesadelo
Hay de ser um momento de estrada
Ou de cansaço na madrugada!
Mas por ser dolorido como a peste
Tem as marcas da realidade
De um fato que mesmo sendo verdade
O sonho da flor amada o torna incapaz de ser
E na ilusão de cada silêncio
Na amarga dor do chimarrão
Que mateado na solidão
Se torna o fel do coração!
Nepo
Alves
Santana
do Livramento, 06-junho-2012
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