sexta-feira, 18 de maio de 2012

O silencio dos mates


Nas manhãs que se fazem vazias
Do teu olhar e tuas caricias
Encho o mate da saudade
Que cevado na lembrança
Se torna a erva amarga da esperança
De matear contigo nas tardes que caem

E meu verso tem sonhos de te ver
Na primavera que ponteia no horizonte
E no silencio dos mates um reponte
Onde a ilusão me faz mirar teu olhar

E lavajeio sonhos e cevaduras
Porque na lida dura que é viver
Vivo a calma do por do sol
Pois já não há nada mais a fazer
Do que mirar no horizonte
A lua da negra da noite
Que, como o sol que nasce,
Me lembra o brilho dos olhos teus
Que afogo no silencio dos mates
E mato a solidão num bordoneio de guitarra

                                                           Nepo Alves
                                                           Santana do Livramento, 18-mai-12

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