Era uma vez dois corações
Um amava sem restrições
Enquanto outro no medo que havia
Perdia o caminho de toda alegria
Correu o tempo, curto talvez,
E cada um deles soube de vez
Que tanto se tinha a compreender
Mas nenhum fez o outro saber
Quando no tumulto de varias palavras
Afastou-se do amor e das poesias
Um dos corações que receoso estava
Abandonou do seu seio as caricias.
E o outro ainda esperava
Sabendo que pouco existia
E mesmo assim continuava
Procurando o amor dia-a-dia
Foi quando tudo pareceu perdido na escuridão
Quando nem o mais romântico coração
Via esperanças de alegria
E partiu a buscar outra maresia.
Mas com seu amor perdido onde encontraria?
Não mais era o mesmo coração
Porque lá no fundo saberia
Que retornaria sua paixão
E outra vez surgiu um sorriso
Ah! Como sorriu de alegria.
E novamente o brilho
Inspirou sua poesia.
A inspiração do coração
Voltou a sorrir com paixão
E outro coração voltava
Pra o lado do coração que amava.
Mas aquele que fora romântico
Tornou-se carente na solidão
E o coração que voltou
Não falava sobre paixão
Escapou do afeto tudo que imaginava
Porque no outro que retornava
O coração sonhava encontrar
Todo o amor que poderia dar
E correu ao encontro do sentimento
Esquecendo que era só
E guardado na garganta o nó
Aguarda silente o tormento
Mas sabe o coração já ferido
Que outro coração é diferente
Mas mesmo sendo sabido
Esquece o próprio, que é carente.
Só queria o coração
Dizer pro outro sentimento
Que mesmo guardando a paixão
Não quer ser um tormento
Aguarda no silencio da espera
Que o outro coração perceba
Que se um coração se machuca
Não se pode ser mais o que era
Agora findo essa história
De dois corações que se amam
Porque sei que de repente na glória
Alguém ouça os gritos que clamam
E no crepúsculo dos campos
Ouça também o coração
Que outro aguarda ansioso
Que se revele a paixão
Mas eu não posso falar
Porque não entendo essas coisas
É o coração que deve gostar
E os homens que devem amar.
Mas um dos corações não pode esperar
Porque não sabe o que o espera
E só pede pro outro imaginar
Que nada pode voltar a ser como era
Olhe bem coração
Agora quem te fala é a razão
Dos tempos de esperas
Podes perder a paixão
Mas não te dediques ao costume
Só ame se for verdadeiro
É como da vela o lume
Que espera apagar-se no candeeiro
Este coração aqui que aguarda
Também não tem certeza da verdade
Mas não quer perder um segundo da vida
Imaginando somente a saudade
Nepomuceno
Alves
Santana
do Livramento, 29-jan-13
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