- Amor?... Será???
- Mas claro, tudo
se transforma na essência.
- Mas meu caro,
acaso não dizia que não amava?
- Claro senhor!
Dizia e digo: Não amava!
- Então, poeta,
como falas em amor e poesias?
- Ah meu caro -
respondo.
Antigamente sorria sem sentido mas ainda sim sorria
E nos abraços perdidos viva só nostalgia.
Passavam as alegrias e só as lembranças viviam.
- E agora, poeta,
como vives?
- Agora te
respondo que não conjugo verbos em presente
Só no passado do amor
Onde não amava o caminhante
Hoje só quer amar com esplendor.
- Mas não sofreste
por amor?
- Não meu senhor!
Amor não traz dor,
Coloca a mala nas costas e segue seu caminho
A buscar outras árvores pra ninho.
Mas dor, dor de amor,
Nada causa em um sonhador!
- E ainda sonhas
poeta?
- Claro meu caro!
Sonho com toda a intensidade!
Não vês abaixo a face sem vaidade
Do amor que guardo para entregar?
- Vejo sim, caro
poeta! Vejo como é linda!
- Para assim
roubar as poesias, meu senhor,
Só na beleza do amor!
- E não me
respondeste poeta, agora amas!
- Já te disse que
não conjugo verbos senhor!
Mas te respondo com alegria
Antes amor era agonia
Agora é presente de Deus em meus dias.
Nepomuceno
J Alves N
Santana do
Livramento, 08-abril2013
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