sábado, 31 de março de 2012

Aconchego do pensamento

Lá onde se encontra o céu do amor
Onde não há medo ou dor...
Sigo o romance de distancias
Onde, mais que o sol pela lua,
Suspira minh’alma por seus anseios
E por mais perto em pensamento,
Ainda me falta sua face rosada junto a mim
Junto com os lábios de carmim que alegria me trazem
 
Já no por do sol visto as estrelas
Que levam meus pensamentos ao mais longe
Ao mais terreno instante de lembrança
Junto aos teus olhos que miram luas
Vejo brilhos e doçuras de seus pensamentos
Onde encontro no mirar do céu
O mais alegre consolo desta saudade
 
No trote que anseio
Na saudade do teu chamego
Relembro o pouco que tenho de lembranças
De abraços e danças...
Lembro o que, ao menos um pouco,
Me consola!
 
Não chora menina,
Campo a fora é que os cardeais cantam
E no envolto das multidões,
Nada mais vejo, nada mais anseio.
Só no voo se encontram as aves que se amam
E no meu voo não encontrei nada antes
Mas o destino andante não me negou amor
Foi no teu afago que conheci a dor da distancia
E o fogo de brasa infinda que alimenta meu coração
 
Não vejo mais horizontes a minha frente
Vejo somente teu sorriso
Teus olhos, teu brilho!
Não mais caibo em mim de alegria
E teu sorriso que contagia
Me faz cada dia sonhar mais e mais
E nunca mais parar de sorrir
Mesmo tendo tudo para chorar!
 
                                                           Nepomuceno Alves

quinta-feira, 22 de março de 2012

A saudade das amizades

Hoje me bateu uma saudade
Talvez que me bate sempre sem avisar
Talvez vá embora sem recados deixar
Ou se prepare como um leão a rugir
Mas é saudade, deve existir

Mostra os bons momentos
Sem fazer esquecer que outros virão
Mas que aqueles marcaram

Bateu saudade, talvez daqueles mates,
Bateu a saudade forte talvez do poente que se mirava
Era bueno o amargo cevado
Que, na verdade, a amizade cevava

E aquele mate que se estendia
Não era a hora do dia
Mas sim o companheirismo que rendia
Do sabor amargo, o acalento do coração

Se dizia sobre paixão,
Sobre potros e guitarras
Se estendia conversas
E se davam gargalhadas

Nada morreu, nada se foi.
De tudo sobrou a alegria
Sobrou na imaginação a fantasia
Daquele amargo de novo cevado

Nepo Alves
Pelotas, 08-03-12