quinta-feira, 26 de dezembro de 2013

A Doce Inspiração

A doce inspiração que acompanhava meu coração
Numa relva de imaginação iludida
Como um sonho acordado na vida
Voou para o além de mim
Como uma borboleta em um jardim
Que faz das flores companhia
Das dores alegria
E das cores sinfonia

Aquela inspiração que me fazia criar mundos
Como um sonhador louco ou poeta insano
Voou para outro lugar no mundo
Para outras asas, ou outros amantes.
Tornou-se poesia na alma clara da noite
Para boêmios que sonham amadas
Procurando em faces claras
As escuras lembranças amarguradas

A inspiração como louca me abandonou
E me atirou numa escura nebulosa de açoites
Da vida que não perdoa quem vive de sonhos
E da poesia quase disse adeus
Quando não senti mais nos braços meus
A doce inspiração da minha alma
Sedenta de palavras e paixões
Saudosa das auroras e das palavras vãs

A poesia me fez viúvo
Como amante das entrelinhas
Me fez um capacho de suas amaldiçoadas linhas
Um vício que não cura a alma
Nem alimenta, uma ânsia de palavras,
Uma amargura, um tormento!
Assim sem poesia, sem as rimas da minha vida.
Vivi na escura e sombria luz de partida.

E busca ainda nas noites claras a inspiração
Que como meretriz de coração
Não mais me da a honra de poeta
Já que das poesias e rimas
Me fiz desconhecido como outrora
Que com medo pisava os caminhos de poeta
Como se na aurora vindoura
Colhesse as alegrias de amante
Como assim a poesia me prometera!

                                                           Nepomuceno Alves

                                                           27-dez-13

quinta-feira, 17 de outubro de 2013

O Caminho

Eu fico imaginando esses olhares trocados,
Lindas paisagens de amores que não tem significados
Mas que tanto valem para um coração que sempre procura.
Onde vai parar essa busca louca pela sanidade?
Acaba sempre voltando ao inicio da loucura.

Caminhar como estrada sem fim
Pairar numa nuvem de mistério sobre o caminho
Vendo apenas o próximo passo pequenino
Aonde acaba essa estrada?
Vai ao paraíso ou ao nada?

E meus passos jovens continuaram...

quinta-feira, 19 de setembro de 2013

E assim que abriram-se os olhos 
De um largo escurecer
Via-se luzes sem sombras
De um lindo amanhecer

E mesmo sem querer 
Quando tudo parecia novo
Aqueles passados tortos
Resolveram aparecer

Mas por sorte de manhazinha
Teve a geada serrada
Que impediu de ver o passado
E tudo de ruim que lembrava

Ah! Se a vida renasce
Da essência de ser vivida
Agora que o sonho acordou
Noutra aurora da vida

E anunciavam os pássaros
Que outra gente vinha
Lá das distâncias passadas
Vinha um casal de andorinha

Lembraram então os olhares
No horizonte distante
De outros caminhos largos
Dos tempos de quando andante

Mas a aurora passou
Como uma hora que passa
Pois das lembranças esqueceram
Como qualquer medo de ameaça

E a noite escura brilhava
Com a lua cheia do pampa
Era nova fase comprida
Nova história e estampa

E agora fecham os olhos
Noutra noite de luar
Vão embora segredos
Voltam os olhos novamente a se fechar.

Nepomuceno Alves
20 de setembro de 2013

sábado, 7 de setembro de 2013

Do Anseio Da Alma

Sabe quando o anseio da alma
Aquele fecundo desejo do amor
Se torna um vasto vazio
Sem cor, saudade, dores ou rancores?

Aquele passo de cada estrada
Onde se torna apenas a lembrança
Ou a mais escura passada
Por ser agora apenas saudade

Olhando os ventos nas nuvens
Pairo no céu como imagino
São apenas coisas volúveis
Que lá em cima cogitam

E da liberdade que me prende
E do silencio que me grita
Vejo o sol de um novo dia
E a mordida de uma serpente

Mesmo no poente, no entardecer.
Ou nas auroras do dia
Quando amanhece mais um desejo
E lábios de beijo.

Agora não tem mais sentido
Não há solidão, pois.
Agora nada é divertido
Apenas um grande depois.

                                                           Nepomuceno Alves

                                                           07-setembro-2013

domingo, 14 de julho de 2013

Sinfonia Das Lágrimas Perdidas

É como se tudo parasse
Tudo que era infinito chegou ao ponto critico
Tornou-se findo e acaba de se deparar com um abismo
Como outrora cantara em vozes perdidas no vento
Hoje busca no silencio a lembrança de um beijo
Que nunca fora trocado, ou lábios nunca entrelaçados.

Se vê no espelho da água como no presente
E torna-se vivente como nunca antes
Pois tudo se enxerga novamente
E nada passa mais adverso ao sentimento
Pois não há negação ou esquecimento
Só vive aqui, no meu peito,
Só respira com as batidas do meu silencio.

Mira o sol que brilha como uma luz
Onde nada se faz mais belo que a lembrança
Pois é a única coisa do universo
Que faz sentir de novo a maldição
De saber que na distância está um coração
E que chorava pelo meu enquanto por fora sorria
E acolheu-se em outro peito que não partia
Outro sentimento que só cuidava

Mas assim segue-se, dia-a-dia,
Numa sinfonia das lágrimas perdidas
E nas poesias nunca escritas
Pelo medo do esquecimento
Pois não há um só dia deste mundo pequeno
Que não tenha teu sorriso no meu peito

E mesmo quando se fazem horas de angustia
Ou de alegria sem fim,
Trago novamente para mim
A certeza de ser incompleto ainda
Pois não sorria com alegria
Mas chorava como menino
E não tenho mais saída,
Pois amo você menina
Como nunca vou amar na vida.

                                                           Nepomuceno Alves

                                                           Santana do Livramento, 14-jul-13

terça-feira, 4 de junho de 2013

Minha Pequena...


Ah minha pequena,
Que tanto esperei no tempo
De uma vida de andanças sem sossego
Até o enfim porto de sua essência
Que me faz sorrir mesmo na ausência

E no todo verde do teu olhar
Cavo minhas paixões e amores
Por seus carinhos a saudade me consome
E do seu abraço é todo o meu corpo que carece
Sabendo que nos lábios teus renasce
A alegria da vida amante
Que perdi nos sonhos silentes
Dos sorrisos perdidos e contentes

Ah! Minha pequena flor!
Não há um dia apenas que nasça
Sem que meu peito procure teu amor
Sem que tua ausência me cause dor
Sem que teu olhar me traga felicidade
De saber que na verdade
Te procuro na saudade
E tu me buscas nos pensamentos

Então minha pequena Ana,
Aqui trago versos singelos
Que das flores e do belo
Inspiram a minha poesia
Ao ter nas tuas caricias
Toda a alegria do meu dia.

                                                           Nepomuceno Alves
                                                           Santana do Livramento, 04-junho-2013

segunda-feira, 13 de maio de 2013

Aconchego...


Cuidei-a! Tornei meus braços o aconchego,
Ficou no abraço e no meu peito
Suspirou no cansaço e no acalento
Das dores esqueceu-se por completo
E na vida amou como predileto
Aquele poeta incerto
Que vive nos meus interiores encobertos
Para fazer poesias para a mais bela dama
Que dorme e sonha
No meu colo seguro do amor certo

E quanto se vive num segundo
De amor profundo e nostalgia
De sentimentos e agonias
Agonias do tempo findo
Que insiste em tornar finito
O amor que tanto se procura
E que vive na beleza pura
Dos segundos que passo contigo

Mas das noites que frias me calam as vozes da alma
Lembro do abraço e do carinho
Refaço na imaginação a imagem do nosso ninho
Sorrindo feito criança
Me pego na lembrança
E a lembrar do sorriso
Que mesmo longe se faz presença
No coração do poeta
Que dos sonhos das noites silentes
Quero só o beijo ardente
Dos lábios da minha pequena

Ah, tempo desgraçado.
Que geme nas auroras congelantes
Que me lembra o abraço aconchegante
E a corroer minha realidade
Lembro da saudade
Deste segundo que passa
Que me afasta de seus lábios
Sabendo que logo te encontro
Novamente nos sonhos meus
Para acordar na realidade do silencio
Onde espero ansioso pelos seus beijos.
                                                          
                                                           Nepomuceno Alves
                                                           Santana do Livramento, 10-mai-13

sábado, 13 de abril de 2013

O Que É...


Vejo como foi feliz o tempo
A saudade que tanto doía maltratava
Hoje traz a face marcada de um amor bonito
Quando os sonhos eram instintos
Um sorriso salvou o poeta da escuridão.

Talvez sinta gratidão,
Quanto amor que me entrega
Da forma que é já se merece
Pois não é como antes
Agora foram atendidas as preces

Foi-se a escura noite
Clareou no céu o sorriso
E quando a aurora caía
Beijaram os lábios do poeta o riso
Que embalado em letras e poesias
Trazia o que chamo de amor bonito.

Agora tudo que quero é ser raiz
Ficar nos braços que me abraçam
No sorriso que me diz
Cair no colo alegre da minha amada
Cantar poesias e ser feliz.

E não há lembranças,
Me espanto como nada mais importa
Todas as esperanças,
Todas as memórias mortas
Sorrio pra o presente
E amo como nunca antes
Porque foram os teus semblantes
Que me apaixonaram mais que qualquer presença.

                                                                             Nepomuceno Alves
                                                                            Santana do Livramento, 13-abril-2013

terça-feira, 9 de abril de 2013

Amor... Será?


- Amor?... Será???
 - Mas claro, tudo se transforma na essência.
 - Mas meu caro, acaso não dizia que não amava?
 - Claro senhor! Dizia e digo: Não amava!
 - Então, poeta, como falas em amor e poesias?
 - Ah meu caro - respondo.
Antigamente sorria sem sentido mas ainda sim sorria
E nos abraços perdidos viva só nostalgia.
Passavam as alegrias e só as lembranças viviam.
 - E agora, poeta, como vives?
 - Agora te respondo que não conjugo verbos em presente
Só no passado do amor
Onde não amava o caminhante
Hoje só quer amar com esplendor.

 - Mas não sofreste por amor?
 - Não meu senhor! Amor não traz dor,
Coloca a mala nas costas e segue seu caminho
A buscar outras árvores pra ninho.
Mas dor, dor de amor,
Nada causa em um sonhador!

 - E ainda sonhas poeta?
 - Claro meu caro! Sonho com toda a intensidade!
Não vês abaixo a face sem vaidade
Do amor que guardo para entregar?

 - Vejo sim, caro poeta! Vejo como é linda!
 - Para assim roubar as poesias, meu senhor,
Só na beleza do amor!
 - E não me respondeste poeta, agora amas!
 - Já te disse que não conjugo verbos senhor!
Mas te respondo com alegria
Antes amor era agonia
Agora é presente de Deus em meus dias.

Nepomuceno J Alves N
Santana do Livramento, 08-abril2013

quarta-feira, 3 de abril de 2013

Lembranças...


Ah com é doce lembrar teu sorriso
Mesmo que seja por segundos em segredo
Por ter medo talvez
Ou por levar no peito o receio
De me perder outra vez

Vivo outros dias que são alegres
A inconstância do segredo não me persegue
A mácula que envolvia o silêncio guardado
Hoje é a explosão da luz de verdade
Não é mais um coração magoado
Mas um amor que vivo na realidade

E mesmo assim sonda teu sorriso os meus sonhos
Não mais com sentimentos
Ou lembranças bobas de passados inexistentes
Mas rondam por ter sido este o presente
Que quero evitar num futuro

Ah! Quantas noites vagaram meus desejos.
Mas as manhãs lagrimejavam meus olhos
Com o acordar de sonhos silentes
Com a saudade que havia no meu peito
Que mesmo com o erro esqueceu o ressentimento

E se escassearam os sonhos conscientes
E até algumas lembranças se perderam
E lá nas memórias guardadas sem eu perceber
Perdi o interesse de lembrar você

Agora falando em presente
Coloco nas rimas mal faladas
Que perdoo o abraço que não recebi
Que o abandono não me leva ao ódio
Mas revivo as coisas que vivi
Sem lembrar com sentimento
Trazendo só no pensamento
A graça de uma imaturidade

Mas sabe menina
Agora sei o que é o amor
Nem em sonhos antes vivia
Mas da paixão que sentia
Descobri algo maior
Com mais calma e segurança
Que me lembrou do tempo de criança
Que nada acabava com sonhos
E hoje vejo lábios risonhos
Que falam que me amam

E lembrando as noites de solidão
Quando esperava em teus braços o acalento
Agora vivo sem reservas
O amor que levo pra sempre
Porque perdeste o meu sorriso
Pra outro sorriso mais lindo
Que soube que era carente
E acolheu meu coração partido

Mesmo com os erros que se passam
Aprendo a cada dia, no silencio,
Que tudo que trago no pensamento
São só lembranças alegóricas
De passados sem glórias
E de noites de tormento

Mas se pudesse te diria, sorriso que lembro,
Que das recordações que tenho
De todo o momento que te sorri
Foram esperanças de vida
Ou amores que nunca senti

Agora vejo o tempo que passa
E o semblante que me encontra
E vejo que são só dias passageiros
E só ficam no tempo os verdadeiros
Que são amores pra vida toda

És tudo que quero
Mas só quero na lembrança
Pra não deixar de herança
Pra o amor que tenho
Os erros que passados lembram.

                                                           Nepomuceno Alves
                                                           Santana do Livramento, 02-abril-2013

terça-feira, 5 de março de 2013

Canção Da Madrugada


É nas fumaças do ébrio crepúsculo
Que a agonia da vida infinda
Toma a face da mulher mais linda
E de tudo a cor some
Porque os belos lábios que me consomem
Na distância e no silencio se perderam

Mesmo sem nunca sentir seus beijos
Fito seus lábios e me consomem desejos
Do sonho da ilusão
Sinto a dor do partido coração
E numa miragem infinita
Da dor da agonia
São seus olhos que vejo na escuridão

E de tristeza e incerteza
Me consomem os dias de sol
Ou as madrugadas de frio
Onde só o que me consola
É a espera mortal
De um dia sentir seus lábios
E de alegria padecer
Ou de tristeza morrer

                                                           Nepomuceno Alves
                                   Santana do Livramento, 16-mai-12

terça-feira, 29 de janeiro de 2013

História De Dois Corações


Era uma vez dois corações
Um amava sem restrições
Enquanto outro no medo que havia
Perdia o caminho de toda alegria

Correu o tempo, curto talvez,
E cada um deles soube de vez
Que tanto se tinha a compreender
Mas nenhum fez o outro saber

Quando no tumulto de varias palavras
Afastou-se do amor e das poesias
Um dos corações que receoso estava
Abandonou do seu seio as caricias.

E o outro ainda esperava
Sabendo que pouco existia
E mesmo assim continuava
Procurando o amor dia-a-dia

Foi quando tudo pareceu perdido na escuridão
Quando nem o mais romântico coração
Via esperanças de alegria
E partiu a buscar outra maresia.

Mas com seu amor perdido onde encontraria?
Não mais era o mesmo coração
Porque lá no fundo saberia
Que retornaria sua paixão

E outra vez surgiu um sorriso
Ah! Como sorriu de alegria.
E novamente o brilho
Inspirou sua poesia.

A inspiração do coração
Voltou a sorrir com paixão
E outro coração voltava
Pra o lado do coração que amava.

Mas aquele que fora romântico
Tornou-se carente na solidão
E o coração que voltou
Não falava sobre paixão

Escapou do afeto tudo que imaginava
Porque no outro que retornava
O coração sonhava encontrar
Todo o amor que poderia dar

E correu ao encontro do sentimento
Esquecendo que era só
E guardado na garganta o nó
Aguarda silente o tormento

Mas sabe o coração já ferido
Que outro coração é diferente
Mas mesmo sendo sabido
Esquece o próprio, que é carente.

Só queria o coração
Dizer pro outro sentimento
Que mesmo guardando a paixão
Não quer ser um tormento

Aguarda no silencio da espera
Que o outro coração perceba
Que se um coração se machuca
Não se pode ser mais o que era

Agora findo essa história
De dois corações que se amam
Porque sei que de repente na glória
Alguém ouça os gritos que clamam

E no crepúsculo dos campos
Ouça também o coração
Que outro aguarda ansioso
Que se revele a paixão

Mas eu não posso falar
Porque não entendo essas coisas
É o coração que deve gostar
E os homens que devem amar.

Mas um dos corações não pode esperar
Porque não sabe o que o espera
E só pede pro outro imaginar
Que nada pode voltar a ser como era

Olhe bem coração
Agora quem te fala é a razão
Dos tempos de esperas
Podes perder a paixão

Mas não te dediques ao costume
Só ame se for verdadeiro
É como da vela o lume
Que espera apagar-se no candeeiro

Este coração aqui que aguarda
Também não tem certeza da verdade
Mas não quer perder um segundo da vida
Imaginando somente a saudade


                                                           Nepomuceno Alves
                                                           Santana do Livramento, 29-jan-13

segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

Os Silêncios


Ah quando a saudade morre num sorriso
Lembro quando tudo isso era sonho
Mas não cativava o amor tristonho
Por mostrar apenas o riso
Mas sonhava porque tinha alma

E tinha alma porque sonhava
E nos clarões da Estrela D’Alva
Bebia o silencio preciso
Porque sabia que longe viria o andejo
E dos caminhos tortos do nada
Faria pra minha bela o cortejo

Mas os risos foram findando
Numa ilusão passageira
E noutra lua estradeira
Passou outra estrela no caminho
E cansado de andar sozinho
Os passos fui parando

Ah! Mas não de sorte se sorri
Nem por medo do amor sincero
Mas encontro tudo que não espero
Em coisas que não vivi

E lá se vão outros sonhos
Que guardava como ilusão
Sempre acreditei que meus lábios tristonhos
Fariam surgir uma paixão

Mas ainda busco as flores destes passos
Porque são assim as noites de caminhada
Numa estrela madrugueira
Segue de encontro a jornada
Sem saber pr’onde segue o caminho
Mas não tendo que andar sozinho
Já consola o poeta que o peito inflama
Que na vida não tem paradeiro
E só encontra povoeiro
Nos lábios daquela que ama

                                                           Nepomuceno Alves
                                                           Santana do Livramento, 28-jan-13

domingo, 27 de janeiro de 2013

Antes Do Poente Da Vida


Se acaso um dia me fosse dito
Que por mais longo o caminho que eu ande
Sempre me espera o destino maldito
De ser pequeno em um mundo grande

E quando a morte me busque como farei?
Ainda me restam os sonhos de toda a vida
A sorte de uma chegada ou partida
Todos os desejos que não realizei

Mas é tão amarga é sorte vivente
Que num olhar de desapego carente
Transforma toda a vida
Em um culto silente.

Se ao menos soubesse que esse destino ingrato
Pudesse por segundos se evitado
Não traria a lágrima da partida
Nem aberta no peito essa ferida

E mesmo assim seguiria sonhando
Porque do fim já se conhece o resultado
E diria que todo o dia sigo te amando
Pois não há mais o que ser guardado

Então nos sonhos de uma esperança
Que adoça a vida por saber que sonha
Mesmo numa vaga lembrança
Pra sempre meu coração dirá que te ama

E não há mais medo por dizer
Já que não há destino diferente
E pela morte que espera a vida
Então te vivo constantemente

Ah, quanto espera um peito apertado,
Pra abrir suas palavras sem receio
Mas não espera por ser velado
Porque no amor ainda creio

E não julgue minha coragem
Como meras palavras perdidas
Antes de dar adeus na viagem
Digo que te amo antes das despedidas.

                                                           Nepomuceno Alves
                                                           Santana do Livramento, 27-jan-13

domingo, 13 de janeiro de 2013

Quando Morre A Saudade Num Poente...



Quando tudo se faz presente num semblante
O nascente leva o brilho de um olhar
E o poente uma lagrima latente
Quando dos olhos não saem mais
As águas de uma saudade vivente

E naquele destino de ser estrada
Tudo se perde e deforma
Quando tudo que se pensava ser caminho
Mostra uma trilha parada
Quando o silêncio já acompanha o carinho
Quando não tem sentido a jornada

E pro sol que se desponta
Num horizonte imaginário
Sinto o tempo que passa
Num ritual diário
De nascer com a força de guerreiros
E morrer derrotado pelo tempo

E a cada dia se repete igualmente
A sina de ser andejo
E sempre sorridente
Sigo a rotina do caminho
Que não imita a estrela do horizonte
Porque não anda mais sozinho

Nepomuceno Alves
Santana do Livramento, 13-jan-13

domingo, 6 de janeiro de 2013

Das Águas De Uma Manhã



Hoje o céu chorou,
E hoje as mais belas músicas de amor
O mais belo conto de fantasia
Adormeceu numa dor
Onde o final só lhe dava agonia

Cantaram pássaros numa sinfonia
Onde mais calmos foram os ventos
Amanheceu novamente o dia
E de ontem sobrou os tormentos

Quando passaram as primeiras horas
Foram longos os segundos de espera
E quando chegou o fim da aurora
Nada mais foi como era

Nas lágrimas que corriam largas
Foram seguindo os desejos alegres
Na chuva de dores amargas
Perderam-se todas as alegrias breves

Mas assim se foi
Como se nada lembrasse
E nessas chuvas de lágrimas
O tempo passa como se não passasse

                                                           Nepomuceno Alves
                                               Santana do Livramento, 06-janeiro-2013

sexta-feira, 4 de janeiro de 2013

Agora! Sem tempo!


Agora que o tempo se vai
Numa aurora dividida
Encontro aberta a ferida
Que apagou o amor da vida

E sem teus olhares como vejo?
Sem ter coragem de olhar o horizonte
Para onde caminha meus passos
Aonde sigo,novamente, caminhante.

E sem ter como mirar pra trás
Sigo em frente sem querer
Mas sigo como nunca antes
Sigo procurando teus olhos ter

E onde te escondes olhares perfeitos?
Onde te encontro para nunca mais perder?
Não sou um dos eleitos
Para contigo viver?

Mas não se apague ainda
Corro como o vento
Para encontrar na estrada finda
Em teu brilho um contentamento

Agora passo a passo
Ando nas léguas sem fim
Não sei mais o que faço
Ainda faltam qualidades em mim

Mas não desisto de te encontrar
Oh olhares brilhantes
Ainda quero te beijar
Como nunca beijei antes.

                                                                       Nepomuceno Alves
                                                           Santana do Livramento, 04-janeiro-2013