quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Vivamos à luz sombria

Vivamos! Veja a palidez sob a luz
Veja o que o céu reproduz
Do encanto que em teu seio palpita
E do sonho que não me deixas acordar
 
Veja a luz sombria dos meus olhos
Mirando sonhos nos olhares celestes
Que por traz de tuas vestes
Cobre os desejos inefáveis
 
E a sombra do teu colo
Faz de mim um tolo
Que por ti, amando,
Sonha com teus lábios
 
Diga, minha donzela,
Quem mais te amará como eu?
Sabes que tenho por ti desejo
Desejo-te mais que o céu
 
E a morte que cerca a vida
Não leva o sonho de um poeta
Que não vive de seus poemas
Mas dá vida em linhas tortas
 
Te desejo. Não nego
Tu tens o meu coração
Que não quero de volta
Deixo-o em tuas mãos
 
                                               Nepomuceno Alves
                                   Lavras do Sul, 24-agosto-2011

terça-feira, 16 de agosto de 2011

Os passos que dei até aqui

Fugi do sonho que passava à minha frente
Revi os pesadelos que me atordoavam
Senti o gosto amargo da tristeza em meu peito
Vi as lagrimas que em meu rosto rolavam

Subi ao monte mais alto
E de lá gritei seu nome
Como um ladrão infame
Que roubou meu coração

 Fui até o fim do mundo
Sem saber onde terminava a solidão
Fiz dos sonhos um clarão
Que não mostrava o fim do túnel

Cheguei mais longe do que deveria
Com a certeza que um dia chegaria

Passei por lugares desconhecidos
Apenas pra chegar perto dos seus olhos
E vi corações partidos
Mas segui atrás do meu sonho

Chorei a magoa da dor
De não saber o que é o amor
E fiz do sonho o pesadelo
Fugi chorando e com medo

                                                           Nepomuceno Alves
                                                           Lavras, 16-ago-11

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Por apenas olhar

Pedes-me que retorne,
Oh linda donzela.
E feliz voltarei a seus braços,
Para feliz viver em seus abraços.

Duvidas terei de milhares,
Mas seus beijos em meus lábios,
Me conduzirá por seus andares
E feliz viverei sem ressábios.

Serei sempre teu amante
Em morte ou em vida
Mesmo vivendo errante,
Por ti meu coração palpita.

Doces, e inocentes, rimas aqui escrevo,
Pois és tu oh linda donzela,
 Inspiração que certeza me da,
Que dentre todas és tu a mais bela.

Simples versos me servem de consolo
Simples pensamentos causam-me choro
Por pensar em ti me desespero
Pois a vida que curta é,
Tira-nos rapidamente o esmero.

E pra mais bela dentre todas
Guardo um amor descomunal
Capaz de viver sem vida,
E sem mesmo ter forças, renascer.

És a inspiração do meu dia
Luz que acende minha manhã
Contigo descobri a paixão doentia
Que do futuro só conhecia o amanhã.

Fizeste, com apenas um olhar,
Meu coração por ti se apaixonar.
E com apenas um sorriso
Fazer do meu dia, o dia mais lindo.

Sem palavras ficam meus lábios,
Quando perto estou de ti.
Sem coragem de falar
Por certo que me escondi,

Que por medo ou vaidade
Tive medo da verdade
E receio de te revelar
Este tão grande amar.

                                                           Nepomuceno Alves
                                                                  

Olhe!

Olhe para o céu, minha querida
Veja a luz que brilha
Veja o vulta de minha partida
Olhe por quem cantam os pássaros

Preste atenção querida
Por mais que estejas resolvida
Sempre tem o passado para lembrar
Que o futuro sempre pode mudar

Veja meus olhos
Já não existe neles brilho
Já se escasseou as lagrimas
E tudo passou, sem avisar

Voe sem mim, querida andorinha
Não tenho seu caminho na minha estrada
Nem posso ter a vida desgarrada
Já não tenho tempo

Acabaram-se os dias
E o que dói é a lembrança
Que do nada vira fumaça
Porque não sabe o que é sofrer

Se foram os versos
Já não há mais poeta
Ficou apenas a sombra de sonho
Ficou o desejo do futuro

 A vez primeira que fitei
Jamais imaginei
Que um simples sorriso
Me traria o mundo

Agora, querida,
Saiba que a partida, não tarda a chegar
Nem vai apagar
O passado que insisto em lembrar.
                       
                                                           Nepomuceno Alves
                                                           Lavras, 15-agosto-2011

sábado, 13 de agosto de 2011

Perdoa

Perdoa meus olhos, prenda minha
Perdoa a ilusão do meu olhar
Foram lúdicos meus sonhos
Me faltou coragem de acordar

Perdoa as noites, prenda minha
Que me trazem teu sorriso
Perdoa quando sonhos contigo
E não peça pra deixar de sonhar

Se acaso este sonho, prenda minha
For escasso de realidade
Não quero mais a verdade
Se ainda posso sonhar

Se os dias se tornam madrugadas
E no escuro silente
Soar o choro estridente
São minhas lagrimas a rolar

Perdoa o sol, prenda minha
Que lembra o brilho do seu olhar
Perdoa a cheia lua, minha querida
Quando de ti me faz recordar
No brilho do seu luar

Perdoa o silencio dos mates
Que me obrigam a fazer versos
Saiba que meus sonhos complexos
São de, infinitamente, te amar!

                                                           Nepomuceno Alves
                                               Lavras, 13-agosto-2011

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Retorna

Retorna, traga-me os seus sorrisos
Volte com seu amor pra me aquecer
E não me faça implorar por seu querer
Pois sabes que são teus meus sentimentos

Esta longa espera me faz mal
Faz com que se perca a poesia
Da nossa canção de amor
E nasce em mim apenas dor

Volte com a primavera
Para florir nossa vida

Não consigo viver sem este amor
Sou um ébrio na estrada
Uma mancha caminhante

Como um céu sem o brilho das estrelas
Como um mundo sem o perfume das flores
Como o sol sem a lua
Com a musica sem melodia

Eu te espero dia e noite
Porque ainda vive uma esperança
De viver a minha vida
Ao teu lado minha menina

E corro contra o mar
Para sentir a brisa que me faz recordar
Teus lábios e caricias

Teu amor me fez viver
Não ouse pedir pra esquecer
Pois isso apenas me faz lembrar
Que tudo que sei é te amar!

                                              Nepomuceno Alves
                                   Livramento, 22-jul-11

terça-feira, 2 de agosto de 2011

Amor?

Qual a verdade do amor?
Nem falando como homens ou anjos
Nem sequer com flores e arranjos
Nada podemos saber de amor

Você pode ver o que o amor faz?
            - Você não vê!
O amor me fez feliz
Mas também me fez chorar

O  amor é mau.
            -De um jeito bom-
Sem ser rude,
            -Machuca mais que feitor-
Porque este é o amor

Comigo não sei,
Será que realmente amei?

Versos com amor
Exprimem, talvez, apenas dor
Porque se assim não for
Não é este o amor!

                                                           Nepomuceno Alves
                                               Livramento, 26-jul-11