sexta-feira, 22 de junho de 2012

Você e o sonho da realidade


Você que acha que o amor acabou
Você nem sabe quantos corações magoou
Você pensa ser feliz assim, a qualquer hora.
Você nem sabe que a felicidade é agora

Um dia qualquer, num sonho.
Onde o pesadelo se torna só
Aonde ninguém mais vai te acolher
Porque todos sabem que você não soube viver

A cada um que passa ao seu redor
Sente a dor que você sente, até pior.
Mas não basta ser eternamente igual
É só ser feliz sem ser anormal

E quem nunca sorri pra você
Nesse sonho que ninguém quer viver
Porque a noite acaba e nada é igual
Porque do sonho se acorda para o real

Vamos sonhar que estamos juntos.
Mesmo sabendo que jamais será
Porque a vida sem saber o que é sonhar
Não vale nada nem uma história pra contar

Mesmo sem saber que igual ao seu não há
Beijo lábios procurando o meu lugar
Já que não posso mais sonhar com beijos seus
Vivo a vida assim, sem querer os céus!

                                                           Nepo Alves
                                                           Santana do Livramento, 22-jun-12

quarta-feira, 6 de junho de 2012

As Lágrimas De Um Gaúcho

Já viste um gaúcho chorar?
 - Não!
Pois olhe meus olhos e verás
Olhe minhas lágrimas e saberás
O quanto tenho chorado
E também o que a muito aguardo
Dos teus olhos e sorrisos

No espelho da alma grande
Ou nas margens da sanga corrente
Tenho o desejo mais ardente do coração
De um índio que no alvoroço da juventude
Soube amar na quietude e na solidão

Mas o amor a lo largo me escapou
Como se fosse a ruína da tapera
Que longe e bela
Faz sombra num sinamomo posteiro
Onde até mesmo este índio guerreiro
Não soube descansar seus arreios

Mas hay de ser apenas um sonho ou pesadelo
Hay de ser um momento de estrada
Ou de cansaço na madrugada!
Mas por ser dolorido como a peste
Tem as marcas da realidade
De um fato que mesmo sendo verdade
O sonho da flor amada o torna incapaz de ser

E na ilusão de cada silêncio
Na amarga dor do chimarrão
Que mateado na solidão
Se torna o fel do coração!

                                                           Nepo Alves
                                               Santana do Livramento, 06-junho-2012