domingo, 27 de maio de 2012

Soneto Do Que Era


São incertos meus desejos
Foram sinceros meus beijos
Foi a minha alma que entreguei
Quando quis ser só teu e de mais ninguém


Mas o sol se foi e veio a escuridão
E seus olhos que me guiavam no escuro
De repente se foram sem avisar
E meu olhos alegres só souberam chorar


E os sorrisos que eram meus
E que me faziam sorrir de alegria
Eram sorrisos que eu não tinha


Mas ganhei um abraço de despedida
Mesmo querendo não ser ida
Ganhei o afago da partida


Nepo Alves
Santana do Livramento, 27-mai-12

quarta-feira, 23 de maio de 2012

Dos meus versos


Dos meus versos, linda flor,
São teus sorrisos
Que quebrantam minhas magoas
E iluminam meu amor meu coração

São teus olhos, flor morena,
Que me iluminam como pirilampos
São teus olhares, minha pequena,
Que fazem parte dos meus planos

Porque da vida nada levo
Somente o sonho e o sorriso
Dos teus lábios lindos
Aonde sonho e madrugo versos

São tuas caricias que me lembro
Nas manhãs frias de setembro
São dos teus beijos que recordo
Quando cevo o mate solito

Porque minhas dores, linda morena,
Só tu sabes curar
São feridas que não curam
Sem o brilho do teu olhar

E a saudade e a distancia
São as chagas do coração
E a espera da primavera
Que ira florir o meu rincão

Porque dos sonhos que bem tenho
A iluminar o meu viver
São teus sorrisos que carrego
Para florir o meu inverno

                                                           Nepo Alves
                                                Santana do Livramento, 23-mai-12

sexta-feira, 18 de maio de 2012

O silencio dos mates


Nas manhãs que se fazem vazias
Do teu olhar e tuas caricias
Encho o mate da saudade
Que cevado na lembrança
Se torna a erva amarga da esperança
De matear contigo nas tardes que caem

E meu verso tem sonhos de te ver
Na primavera que ponteia no horizonte
E no silencio dos mates um reponte
Onde a ilusão me faz mirar teu olhar

E lavajeio sonhos e cevaduras
Porque na lida dura que é viver
Vivo a calma do por do sol
Pois já não há nada mais a fazer
Do que mirar no horizonte
A lua da negra da noite
Que, como o sol que nasce,
Me lembra o brilho dos olhos teus
Que afogo no silencio dos mates
E mato a solidão num bordoneio de guitarra

                                                           Nepo Alves
                                                           Santana do Livramento, 18-mai-12

terça-feira, 15 de maio de 2012

Caminho





As coisas vão passando mais depressa
Não vejo mais o caminho que percorro
Só as imagens que se confundem
Fugindo de um passado
De um assombro de alegria
 - Ah como dói essa ferida!


Os detalhes antigos se confundem
Os caminhos são fáceis de seguir
Por que não têm aonde ir
E a noite toma conta da luz do teu olhar
E eu quero passar dessa escuridão
 - Ah como queria arrancar meu coração!


Às vezes o mundo se esquece de mim
Não como ter vida ou alegria assim
Nunca chega minha luz
E o túnel já acabou faz tempo
Mas na solidão que me faz jus
Não há nenhum contentamento


Ah! Se essa dor acabasse
Se o mundo se lembrasse
De como é bom ter no peito um amor
E se esquecesse de que a solidão só traz dor


Mas a vida passa,
Como cada centímetro da distancia que nos separa
Passa como as luzes que iluminaram minh’alma
E a dor também passará
Como o canto da ave sonora
Que voa e chora
E se perde na ilusão


Nepo Alves
Santana Do Livramento, 15-mai-12