sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Sou Rio Grande, sou gaúcho, sou a estampa farroupilha

Neste chão que Deus me deu morada
Fui imigrante, fui tropeiro
Fui frei e índio guerreiro
De farrapo segurei morteiro
E entre maragatos rubros
E chimangos brancos
Fui gaucho.
 
Foi neste chão,
Que vi o verde das pastagens
Se dourar dos arrozais
E entre anus e pardais
Ouvi por quem cantam os cardeais
 
Voei nas vozes dos grandes mestres
 - E fiz poesias.
Ouvi o choro de um peão
Com seu único amigo morto em suas mãos
E o choro baixinho de um cusco
Que foi judiado sem ser redomão
 
Foi aqui que aprendi a ser gaucho
Nesta terra de heróis farroupilhas
Neste chão de hombridade e revolução
Vivi dias de peão e de homem de verdade.
 
                                                           Nepomuceno Alves
                                               Lavras do Sul, 14-setembro-2011

domingo, 11 de setembro de 2011

Assim se faz!

E tudo ia tão bem
Os sonhos iam se fazendo
O amor crescendo e saudade inexistia
Tão pouco chorar fazia
Apenas dava alegria
Que seu sorriso trazia
 
Não sentia frio ou calor
Na impaciência somente o ardor
Sem saber se amor
Ou se apenas agonia
 
Imaginava as luzes sombrias
Sem querer sombras no meu caminho
Aprendi a andar sozinho
Mas não sei caminhar
 
Imaginei o amor
Que só me tinha mostrado dor
Mas imaginar é pouco
Quando existe o tempo para apagar as lembranças
 
De sonho em sonho, vivi.
Mas do pesadelo encontrei o caminho
Caminho que dava medo
Por não haver carinho
 
Rompi barreiras de medo
Rompi sonhos de estradas longas
Esqueci as andanças passadas
E até pra traz deixei a milonga
 
Passou tempos de agonia
Tempos de felicidade
E hoje na escuma fria
Encaro a realidade
 
Não sou mais estradeiro
Nem errante
Nem boêmio.
Sou um amante eterno
Dos seus olhos
E do silencio!
 
                                                           Nepomuceno Alves
                                               Lavras do Sul, 11-setembro-2011