sábado, 28 de abril de 2012

Lagrimas e sonho


Nas lagrimas do seu pálido rosto, angelical.
No sublime suspiro de um coração
Dos seus lábios, palavras de sonho.
Gotas da ilusão de seu olhar
Iguais a pirilampos, ou escuridão.
Com um brilho que eu somente via
Brilho da paixão!

Em palavras que somente eu ouvi
Ou nas cicatrizes do silencio que senti
Na doce ilusão de um sorriso
Vivi a realidade das lagrimas
Caídas, infindas, irreais.

E o destino?
Ah! O destino.
Se errou ou não, se ganhou flores ou versos,
Nada mais importa nesse contexto
Porque o que era sonho
Destruiu o mundo da realidade
E o que era sombra não se iluminou na verdade

Não olhe minhas lagrimas, querida.
Olhe a beleza da vida, o brilho das estrelas.
Eu verei as mesmas luzes e raios,
Os mesmos sonhos e desejos
Mas não terei seus beijos
Ou a estrela que mais brilha
Que é seus olhos, minha menina!

                                                           Nepo Alves
                                                           Bagé, 28-abr-12

quinta-feira, 26 de abril de 2012

Das coisas que a vida me deu



Das coisas que a vida me deu
Dos sonhos que o tempo me trouxe
Não vivi pesadelos ou ilusões
É em meio às luzes que as sombras aparecem
Em meio ao frio que se compreende o calor
E em meio ao tormento
Que compreendi o silencio

Não há medo ou dor, magoa ou rancor.
Não se fazem versos sinceros
Sem a sinceridade do olhar
Nem ao acaso se faz brotar
O sentimento que nos mostra
O que é amar

O silencio, que do amor nasce,
Não mais floresce do que o desejo ardente
O sonho que padece
Não é menor que a dor sentida
Pois só viveu a vida
Quem de amor se permitiu morrer

A beleza do ser andante
Ou a nostalgia de uma lapide fria.
Tudo isso que assusta e arrepia
Não nasce sem amor ou ousadia
Sem ter a vida inteira regada
Pelo sonho e pela alegria

Vivemos um mundo de ilusões, minha querida!
Um mundo fechado, sem tristeza ou escárnio.
Sem a dor ou agonia

Não mais sou poeta
Não existe mais inspiração
Somente as veias da aflição
E as batidas de um coração

Não há mais corpo torpe
Ou sorrisos, ou silencio.
Sequer um sentimento
Ou o sonho que faz viver!

                                                           Nepo Alves
                                                           Pelotas, 26-abr-12

sábado, 14 de abril de 2012

De sonho, passos e desapegos!

E tudo estava certo, correto, sem erros!
Mas não havia desejos, sonhos ou medos!
Era tudo assim, como um nada!
Era sempre igual, sempre sem nexo, sem retrocesso.
Nada era duvidoso, sem explicação ou sem noção.
Havia uma vida não vivida
Um sonho de ilusão!
 
Se faziam dias e noites, nascentes e repontes;
Era a beleza que se mirava
Mas não era o sonho que se esperava!
 
No caminho que se deixava levar
Sem ruídos, sem nevoa, sem dor.
Ia a frente a esperança e o amor
E fugiam os medos, os carinhos e ardor!
 
E no caminho seguiam os passos meus
Ainda conflitantes de caminhar
Ainda sem saber por onde andar
Sem querer perder o medo
Sem para de sonhar!
 
Mas ilusão da luz dos teus olhos me fez ver
Que mesmo sem querer,
Podemos sonhar!
 
Descobri vendo na imaginação o teu sorriso
Que poesia tem alma, e poetas palavras.
Já não vive a poesia para o poeta
Mas sim o poeta vive por causa da poesia!
Poesia que me inspira a partir da tua beleza
Onde medos, sonhos, pureza,
Tudo se une a um único sentimento
Puro e sem ferimento
Sadio, mas sem esperança!
 
E de todo o caminho, do meu caminhar sozinho,
De todas as promessas e de todo o carinho,
Não levo mais que o amor infinito
Amor de algo bonito
 - Talvez um sonho, um afago, um abraço,
Talvez eu, na vida deixe um rastro
Ou da morte faça um abrigo
Porque teus olhos que desejo,
Não os tenho,
Senão em sonho!
 
                                                           Nepomuceno Alves
                                                           Pelotas, 14-abr-12