sábado, 14 de abril de 2012

De sonho, passos e desapegos!

E tudo estava certo, correto, sem erros!
Mas não havia desejos, sonhos ou medos!
Era tudo assim, como um nada!
Era sempre igual, sempre sem nexo, sem retrocesso.
Nada era duvidoso, sem explicação ou sem noção.
Havia uma vida não vivida
Um sonho de ilusão!
 
Se faziam dias e noites, nascentes e repontes;
Era a beleza que se mirava
Mas não era o sonho que se esperava!
 
No caminho que se deixava levar
Sem ruídos, sem nevoa, sem dor.
Ia a frente a esperança e o amor
E fugiam os medos, os carinhos e ardor!
 
E no caminho seguiam os passos meus
Ainda conflitantes de caminhar
Ainda sem saber por onde andar
Sem querer perder o medo
Sem para de sonhar!
 
Mas ilusão da luz dos teus olhos me fez ver
Que mesmo sem querer,
Podemos sonhar!
 
Descobri vendo na imaginação o teu sorriso
Que poesia tem alma, e poetas palavras.
Já não vive a poesia para o poeta
Mas sim o poeta vive por causa da poesia!
Poesia que me inspira a partir da tua beleza
Onde medos, sonhos, pureza,
Tudo se une a um único sentimento
Puro e sem ferimento
Sadio, mas sem esperança!
 
E de todo o caminho, do meu caminhar sozinho,
De todas as promessas e de todo o carinho,
Não levo mais que o amor infinito
Amor de algo bonito
 - Talvez um sonho, um afago, um abraço,
Talvez eu, na vida deixe um rastro
Ou da morte faça um abrigo
Porque teus olhos que desejo,
Não os tenho,
Senão em sonho!
 
                                                           Nepomuceno Alves
                                                           Pelotas, 14-abr-12

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