quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Vivamos à luz sombria

Vivamos! Veja a palidez sob a luz
Veja o que o céu reproduz
Do encanto que em teu seio palpita
E do sonho que não me deixas acordar
 
Veja a luz sombria dos meus olhos
Mirando sonhos nos olhares celestes
Que por traz de tuas vestes
Cobre os desejos inefáveis
 
E a sombra do teu colo
Faz de mim um tolo
Que por ti, amando,
Sonha com teus lábios
 
Diga, minha donzela,
Quem mais te amará como eu?
Sabes que tenho por ti desejo
Desejo-te mais que o céu
 
E a morte que cerca a vida
Não leva o sonho de um poeta
Que não vive de seus poemas
Mas dá vida em linhas tortas
 
Te desejo. Não nego
Tu tens o meu coração
Que não quero de volta
Deixo-o em tuas mãos
 
                                               Nepomuceno Alves
                                   Lavras do Sul, 24-agosto-2011

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