domingo, 27 de janeiro de 2013

Antes Do Poente Da Vida


Se acaso um dia me fosse dito
Que por mais longo o caminho que eu ande
Sempre me espera o destino maldito
De ser pequeno em um mundo grande

E quando a morte me busque como farei?
Ainda me restam os sonhos de toda a vida
A sorte de uma chegada ou partida
Todos os desejos que não realizei

Mas é tão amarga é sorte vivente
Que num olhar de desapego carente
Transforma toda a vida
Em um culto silente.

Se ao menos soubesse que esse destino ingrato
Pudesse por segundos se evitado
Não traria a lágrima da partida
Nem aberta no peito essa ferida

E mesmo assim seguiria sonhando
Porque do fim já se conhece o resultado
E diria que todo o dia sigo te amando
Pois não há mais o que ser guardado

Então nos sonhos de uma esperança
Que adoça a vida por saber que sonha
Mesmo numa vaga lembrança
Pra sempre meu coração dirá que te ama

E não há mais medo por dizer
Já que não há destino diferente
E pela morte que espera a vida
Então te vivo constantemente

Ah, quanto espera um peito apertado,
Pra abrir suas palavras sem receio
Mas não espera por ser velado
Porque no amor ainda creio

E não julgue minha coragem
Como meras palavras perdidas
Antes de dar adeus na viagem
Digo que te amo antes das despedidas.

                                                           Nepomuceno Alves
                                                           Santana do Livramento, 27-jan-13

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