terça-feira, 29 de janeiro de 2013

História De Dois Corações


Era uma vez dois corações
Um amava sem restrições
Enquanto outro no medo que havia
Perdia o caminho de toda alegria

Correu o tempo, curto talvez,
E cada um deles soube de vez
Que tanto se tinha a compreender
Mas nenhum fez o outro saber

Quando no tumulto de varias palavras
Afastou-se do amor e das poesias
Um dos corações que receoso estava
Abandonou do seu seio as caricias.

E o outro ainda esperava
Sabendo que pouco existia
E mesmo assim continuava
Procurando o amor dia-a-dia

Foi quando tudo pareceu perdido na escuridão
Quando nem o mais romântico coração
Via esperanças de alegria
E partiu a buscar outra maresia.

Mas com seu amor perdido onde encontraria?
Não mais era o mesmo coração
Porque lá no fundo saberia
Que retornaria sua paixão

E outra vez surgiu um sorriso
Ah! Como sorriu de alegria.
E novamente o brilho
Inspirou sua poesia.

A inspiração do coração
Voltou a sorrir com paixão
E outro coração voltava
Pra o lado do coração que amava.

Mas aquele que fora romântico
Tornou-se carente na solidão
E o coração que voltou
Não falava sobre paixão

Escapou do afeto tudo que imaginava
Porque no outro que retornava
O coração sonhava encontrar
Todo o amor que poderia dar

E correu ao encontro do sentimento
Esquecendo que era só
E guardado na garganta o nó
Aguarda silente o tormento

Mas sabe o coração já ferido
Que outro coração é diferente
Mas mesmo sendo sabido
Esquece o próprio, que é carente.

Só queria o coração
Dizer pro outro sentimento
Que mesmo guardando a paixão
Não quer ser um tormento

Aguarda no silencio da espera
Que o outro coração perceba
Que se um coração se machuca
Não se pode ser mais o que era

Agora findo essa história
De dois corações que se amam
Porque sei que de repente na glória
Alguém ouça os gritos que clamam

E no crepúsculo dos campos
Ouça também o coração
Que outro aguarda ansioso
Que se revele a paixão

Mas eu não posso falar
Porque não entendo essas coisas
É o coração que deve gostar
E os homens que devem amar.

Mas um dos corações não pode esperar
Porque não sabe o que o espera
E só pede pro outro imaginar
Que nada pode voltar a ser como era

Olhe bem coração
Agora quem te fala é a razão
Dos tempos de esperas
Podes perder a paixão

Mas não te dediques ao costume
Só ame se for verdadeiro
É como da vela o lume
Que espera apagar-se no candeeiro

Este coração aqui que aguarda
Também não tem certeza da verdade
Mas não quer perder um segundo da vida
Imaginando somente a saudade


                                                           Nepomuceno Alves
                                                           Santana do Livramento, 29-jan-13

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