segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

Os Silêncios


Ah quando a saudade morre num sorriso
Lembro quando tudo isso era sonho
Mas não cativava o amor tristonho
Por mostrar apenas o riso
Mas sonhava porque tinha alma

E tinha alma porque sonhava
E nos clarões da Estrela D’Alva
Bebia o silencio preciso
Porque sabia que longe viria o andejo
E dos caminhos tortos do nada
Faria pra minha bela o cortejo

Mas os risos foram findando
Numa ilusão passageira
E noutra lua estradeira
Passou outra estrela no caminho
E cansado de andar sozinho
Os passos fui parando

Ah! Mas não de sorte se sorri
Nem por medo do amor sincero
Mas encontro tudo que não espero
Em coisas que não vivi

E lá se vão outros sonhos
Que guardava como ilusão
Sempre acreditei que meus lábios tristonhos
Fariam surgir uma paixão

Mas ainda busco as flores destes passos
Porque são assim as noites de caminhada
Numa estrela madrugueira
Segue de encontro a jornada
Sem saber pr’onde segue o caminho
Mas não tendo que andar sozinho
Já consola o poeta que o peito inflama
Que na vida não tem paradeiro
E só encontra povoeiro
Nos lábios daquela que ama

                                                           Nepomuceno Alves
                                                           Santana do Livramento, 28-jan-13

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