domingo, 30 de agosto de 2015

Era um amor pra toda a vida...

Já imaginou como seria
Se tudo fosse como antes
Se vivêssemos o que existia
Se não nos entregássemos como errantes

Era puro e simples como a lua
Era uma partida dura
Para uma vida pura
Sem recordações de amargura

E nossa juventude era sagaz
Como um lobo feroz e ao mesmo tempo em paz
Era uma saudade nunca vivida
Era um amor para toda a vida

Não pareceu ter fim
Não era só um sonho à toa
Mas imagina os caminhos
Se tudo tornasse a vida boa

E só há aquele maldito tempo
Que recordo sem viver o presente
Há quem diga que ele cure
Quando passar para a frente

Mas não creio ainda
Como nunca acreditei
Que um sonho e uma lembrança
Tivera casta ou grei

E se fossem só sonhados
Sem viver eu já teria
Esquecido do passado
E tornado vida antiga

Mas já imaginou se diferente fora
Algum instante de felicidade
Onde hoje meus pés tocariam?
Onde nos levaria a coragem?

Onde foram para aqueles sorrisos
Que um dia me cativaram?
Cadê as mãos puras
Que outrora me tocaram?




Eram somente inspirações
De beijos nunca beijados
E imaginações
De amores nunca amados

Mais uma vez aperta meu peito
Com a saudade que invade
Um sonho e uma lembrança
E uma lembrança covarde

Se seus olhos fitarem
O que me anseia e abate
Talvez lembre de um passado
Que não pôr a parte

As poesias me ouviram caladas
Como expiação de um segredo
E as linhas mal rimadas
Guardaram por anos meu medo

E onde um tolo guarda uma ideia
Uma ansiedade e um desejo
Não restaram entraves
Nem sorrisos, nem medos.

Mas já saltaram minhas raízes
Que povoaram sonhos distantes
Agora não sou mais caminhante
Nem mais tenho a mesma força

Que um dia fez olhar a moça
E se apaixonar por minhas poesias
Que não eram nem mais minhas
Por ser dela todo o amor de uma vida

                                                           Nepomuceno Alves

                                                           Santana do Livramento, 30-ago-15

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