terça-feira, 11 de dezembro de 2012

Quando Fui Beber Poesias


Quando fui beber as poesias que Deus me deu na vida
Andei tantas léguas perdidas nesta imensidão
Sem me preocupar onde deixar meu coração
Por que fazer dos sonhos o pesadelo?
Quando mais se quer sonhar, mais medo se te de amar.
Quando o sol de cada manhã,
Que ilumina os sonhos ou os quereres,
Não mais nasce em meio às nuvens dos desejos
É ai que mais sinto saudade daqueles beijos
Ai que me vem no pensamento
Que lágrimas não afasta o tormento
Mas coloca como um sopro no vento. Inútil.
Um sonho ou esperança no pensamento.

Qualquer desejo que traga um homem no peito
O fará correr minhas léguas tal qual eu fiz.
Mas se o desejo que trouxer for de amar eternamente,
Ai te digo homem inocente,
Que todas as léguas que eu andei, todo passo que dei,
Todo caminho que tracei, aonde acertei e errei,
Por tudo passarás e vai sentir que nada conseguirá mudar.
Mas preste atenção, agora homem sem coração,
Não há caminho que transforme mais um sentimento
Que aquele sem discernimento, aonde levar teus pés o vento.
Caminhante persegui o que me seria a felicidade
Mas larguei as tristes ruas da minha cidade
E fui correr avenidas de estradas e saudade

Vou te dizer do caminho que tracei
Onde me perdi e me achei
Mas do passado que nada trás de volta
Das alegrias que o mundo transforma
Descobri que perto seria a melhor forma.
Só questão de ajudar o tempo, de esperar passar o tormento.
E ao rever ao revez todo o caminho pisado por meus pés
Nenhuma nostalgia, sequer agonia.
Porque de léguas que caminharia, de sonhos que teria.
A única coisa que eu não sabia
Era que a dor de uma partida, uma despedida,
É apagada por um beijo de chegada, um abraço de saudade.
O retorno da realidade que tanto foge um aventureiro
Mas que sabe no fundo do próprio peito
Que tão perto é que encontra o que tão longe sempre busca

E eu, eu que tanto andei,
Descobri que o lugar que abandonei
Guardava-me tão perto e desconhecido
O que longe busquei.
E mais perto por caminhos diferentes
Era ali minha felicidade
Era onde me batia a saudade da partida
Que mirava pelas janelas corridas do caminho
Um lugar quase despercebido pela angustia de partir
Mas que longo tempo depois me fez mirar
Porque ali onde sempre passava, onde sempre chorava,
Era onde se encontrava um olhar tão belo
Era onde estava toda minha inspiração
Que busquei na ilusão de outros mundos
E agora achei tão perto do meu coração.

Agora, homem inocente,
Que antes queria partir já pode refletir!
Já sabes que não são as distancias
Nem as léguas que trazem alegria,
Mas aonde se encontra a poesia
Onde vive cada dia mais o sorriso, o sentir.

Digo-te, agora homem consciente,
Te perderás nos caminhos que tracei,
Mas não posso nada por ti fazer.
Estes mesmos caminhos já foram traçados
E mesmo assim meu coração aventureiro
Quis se entregar ao caminho passageiro
Mas cuidado pra não se apegar,
Caminhantes jamais param, jamais sabem parar.
Portanto, homem romântico,
Se quiseres amar, tens que parar e pensar:
Teu coração busca alegria e não partida.

Agora te digo mais, mais ainda que tudo.
O amor que procurava e que procuras também
Foi tão perto que encontrei
Que dos caminhos já me esqueci
Vi o amor bater minha porta
Que das aventuras nada mais importa
Do que ter a experiência e saber
Ter o mundo e nada ter,
Porque agora tenho os olhares que sempre desejei
Então nenhum outro caminho tracei
Desde que minha inspiração encontrei.

                                                           Nepomuceno Alves
                                               Santana do Livramento, 04-dez-2012

Nenhum comentário:

Postar um comentário