segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Desconhecidos


A historia que aqui revelo,
Tenho por medo de revelar,
Direi que será belo
À quem refletir e pensar.

Revelo-lhes a história
Que pode se reinventar,
Se tornar mil em uma só
Apenas em um olhar.

Começa com dois amantes
Que perdidos de outros amores
Como dois pássaros errantes
Começam a se amar.

Estavam eles sozinhos
Com esperança, de o amor encontrar.
Fitaram-se como dois bombinhos
E começaram com olhares
A conversar.

Revelaram entre si o que ninguém mais sabia
Revelam eles suas histórias,
Historias de toda uma vida.
Que nem como também errante,
Atrevo-me a lhes contar.

Um só segredo pode ser fatal,
Para que um todo enredo,
Venha até parecer mal,
Pois histórias sem final,
Nenhuma moral nos faz pensar.

Pois assim estão eles a conhecer,
Um ao outro seu amor,
Nenhum à hora vem padecer,
Não lembram nem do seu passado rancor.

Confraternizam histórias
Suas e de afins,
Lembram, por amor, mais as glorias,
Que seus pobres fins.

Sabem eles que o amor chegou
Que nem mesmo ressábios
Os poupou de no futuro
Beijar outros lábios.

Amores sentiram, à primeira vista,
Ficou então assim,
A marca de uma conquista,
Que por amor de um pelo outro,
Fizeram-se brilhos nos seus olhos.

Em um beijo que saiu,
Sem antes nem uma palavra lhes referir,
Marcaram os dois pombinhos
Com marcas sem ferir.

Sizinhos neste momento,
Sentiram afeto sem sofrimento.
Por um segundo sem pensar
De ligeira imensa paixão virou um amar.

Do grande amor que ocorreu,
Hoje nada mais restou.
Naquele mágico momento o mundo parou,
Mas com o fechar dos olhos,
A realidade um sonhador retornou.

De nada passava,
Do que apenas, o sentir de um sentimento.
Nada mais restou,
Daquele tão belo momento.

Acordou o sonhador
Para o mundo que vivia.
Mas pelo resto da vida recordou,
Daquele momento de fantasia.

                                                           Nepomuceno Alves
                                                           Livramento, 25/julho/2010

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